Mostrando postagens com marcador Coluna : arte mundo a fora. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Coluna : arte mundo a fora. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Matéria na Gazeta do Povo

A praça vista de dentro de um cubo de acrílico

Publicado em 06/05/2010
Um cubo de acrílico foi armado no meio da Praça Santos Andrade pela companhia ACruel. Dentro dele, fica o público. Fora, entre os transeuntes, estão os atores inventando cenas que se misturam aos acontecimentos espontâneos da região central da cidade. Ainda que uma voz em off ouvida no interior da estrutura transparente oriente o olhar dos espectadores para reconhecer as situações encenadas ao redor, há uma pluralidade de pontos de vista em questão no espetáculo Espaço Outro.
Afinal, quem passa pela praça também pode virar espectador, por vezes sem distinguir se a cena que acontece ao lado é ficção ou vida real. E mais: torna-se espectador do próprio grupo enjaulado, acompanhando de fora suas reações.
“Esse formato veio de uma discussão do porquê ainda tínhamos interesse no teatro, se existem outras formas de arte que interessam mais ao público em geral”, conta atriz Ana Ferreira. “Como o mais forte no teatro é a presença do ator, decidimos relacionar, de alguma forma e fortemente, a presença do espectador também.”
Quem fica dentro da caixa é espectador privilegiado. É informado pela voz em off do que ocorre ao redor, embora nada seja dado facilmente, mas por uma espécie de jogo. “Eles são desafiados a procurar as cenas, não ficam passivos”, diz Ana.
Espaço Outro é a segunda montagem do grupo formado por Ana e Emanuelle Sotoski, que escreveram o texto com Rubia Romani. O trabalho de estreia dessas garotas foi Aranha Marrom Não Usa Roberto Carlos, apresentado na última Mostra Novos Repertórios. As estruturas das encenações são diversas, mas algumas características sobrevivem, marcando a personalidade da jovem companhia: “Fazemos de forma lírica, mas quebrando com irreverência, uma tiração de sarro mesmo, através de uma linguagem pop”, define Ana.
A nova peça estreou terça-feira (4) driblando contratempos. Na montagem, a caixa caiu e quebrou. Foi preciso refazê-la na hora, causando um atraso de 15 minutos – a encenação não dura muito mais do que isso: meia-hora. “Apesar desse inferno todo, foi boa a peça”, diz a atriz. “As pessoas se envolvem mesmo, era o que a gente queria.” (LR)
Serviço
Espaço Outro. Praça Santos Andrade – Até 15 de maio. Praça Rui Barbosa – de 18 a 29 de maio. Terça a sábado às 16h30. Entrada franca.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tivemos estreia hoje. Depois de muitas complicações (acreditem, nossa caixa quebrou na hora de ser montada e teve que ser refeita na pressa), ocorreu tudo bem na apresentação. Agora é só alegria. Estamos esperando todos lá! Quando você vai?

Público da estreia de Espaço Outro


Praça Santos Andrade: de 4 a 15 de maio.
Praça Rui Barbosa: de 18 a 29 de maio.
De terça a sábado, às 16h30.
Entrada Franca.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Serviço


Um projeto da ACRUEL Companhia.
Criação: Ana Ferreira, Emanuelle Sotoski e Rubia Romani.

Praça Santos Andrade: de 4 a 15 de maio.
Praça Rui Barbosa: de 18 a 29 de maio.
De terça a sábado, às 16h30.
Entrada franca.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Bela Adormecida da Avó Grimm


Granny O Grimm's Sleeping Beauty
O Curta está concorrendo ao Oscar de curtametragem de animação
O proprio titulo sugere o que vamos ver, A Bela Adormecida da Vovó Grimm. Uma velhinha aparentemente doce conta a história da Bela Adormecida do ponto de vista da fada mais velha, que procura vingar-se por não ter sido convidada para o baptismo real com as fadas mais belas e mais novas, ainda cheias de vigor.
Nicky Phelan
Irlanda / Ireland [2008]
duração: 00:05:00
Argumento: Kathleen O’Rourke
Com: Kathleen O’Rourke  
produção: Brown Bag Films
 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Referências

Como dissemos ontem, hoje era um dia separado para ver referências. Vimos vídeos muitos legais que serão muito últeis na construção das cenas. Além disso, discutimos muito sobre a sonoplastia, que tem papel bem importante no espetáculo.
Entre outras coisas, hoje voltamos ao filme "500 dias com ela", que foi uma referência desde o início do processo por brincar com representações do estado interno. Não vou estragar pra quem não assistiu (mesmo assim, fica a dica), mas vou colocar aqui um vídeo extra do filme que, como a própria atriz apresenta no início, pode ser assistido tanto por quem já viu o filme quanto por quem ainda não. Este vídeo é uma referência tão forte para nós quanto o próprio filme.



A partir de semana que vem, começamos as investidas na escrita do texto. Na segunda, falamos sobre isso.
Bom final de semana a todos!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Alice Book

A Disney e o Tim Burton estão mesmo sabendo fazer propraganda do filme "Alice no País das Maravilhas", que tem estréia em março.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Filme "Irmãos Grimm"

Pra quem ainda não viu, este o o filme dos Irmãos Grimm, que mistura todas as referências das histórias deles. É bem interessante!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Celebridades no mundo das fadas

A Disney continua a fotografar celebridades como personagens de contos de fadas. Esta abaixo é a atriz Juliane Moore, que com seus belos cabelos ruivos ficou perfeita como a Pequena Sereia (clique na foto para aumentar).

O belo casal de High School Musical, Zac Efron e Vanessa Hudgens reproduzem a cena do desenho animado da Disney, A Bela Adormecida, como o Príncipe Philip e a Princesa Aurora.
Eles foram fotografados pela expert Annie Leibovitz para a edição 23 da revista da Disney.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A MENINA QUE TINHA UMA MOSCA COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO

O texto de hoje não é um conto de fadas, mas é um conto realmente interessante que integra o livro "As Boas Mulheres da China". Faz parte da nossa pesquisa sobre a Bela Adormecida e trata do abuso sexual dentro da família. Vale a pena ler.

"querida yulong,
você vai bem? desculpe por não ter escrito antes. não há motivo para isso, é só que tenho muito a dizer e não sei por onde começar.
já é tarde demais para lhe implorar que me perdoe o erro terrível e irreversível mas eu ainda quero lhe dizer: querida yulong, eu sinto muito!
você fez duas perguntas na sua carta: ' por que você não quer ver o seu pai' e 'o que a fez pensar em desenhar uma mosca e por que a fez tão bonita':
querida yulong, estas são duas perguntas muito, muito dolorosas para mim, mas vou tentar responder.

qual é a menina que não ama seu pai? um pai é a grande árvore abrigando a família, as vigas que sustentam uma casa, o guardião de sua mulher e de seus filhos. mas não amo meu pai - eu o odeio. na véspera de ano-novo do ano em que fiz onze anos, levantei bem cedo e, inexplicavelmente, estava sangrando. fiquei tão assustada que me pus a chorar. a minha mãe, que veio ter comigo quando me ouviu, disse: 'hongxue, você cresceu': ninguém, nem mesmo ela, tinha me falado sobre coisas de mulheres antes. na escola, ninguém ousava fazer essas perguntas ultrajantes. naquele dia, mamãe me deu uns conselhos básicos sobre como lidar com o meu sangramento, mas não explicou mais nada. fiquei entusiasmada: tinha me tornado mulher! saí correndo pelo quintal, pulando e dançando durante três horas. até esqueci o almoço. um dia, em fevereiro, estava nevando muito e mamãe tinha saído para visitar uma vizinha. meu pai tinha vindo da base militar, para uma das suas raras visitas. ele me disse: 'sua mãe diz que você cresceu. vamos, tire a roupa para o papai ver se é verdade': eu não sabia o ele que queria ver, e estava muito frio - eu não queria tirar a roupa.

'rápido! o papai ajuda!' disse ele, tirando-me a roupa com destreza. ele, que normalmente tinha os movimentos lentos, estava totalmente diferente. começou a passar as mãos pelo meu corpo inteiro, perguntando o tempo todo: 'esses mamilozinhos já incharam? é daqui que o sangue vem? esses lábios querem beijar o papai? é gostoso quando o papai passa a mão aqui, assim?'

eu me sentia morta de vergonha. pelo que me lembrava, nunca tinha estado nua na frente de ninguém, exceto nos banhos públicos separados. meu pai notou que eu estava tremendo. disse-me que não tivesse medo e me preveniu para não contar nada à mamãe: 'sua mãe jamais gostou de você' disse. 'se ela descobrir que eu amo você tanto assim, vai querer saber ainda menos de você'.

essa foi a minha primeira 'experiência de mulher': depois, tive uma náusea muito forte. a partir de então, bastava que minha mãe não estivesse na sala - ainda que estivesse só na cozinha, cozinhando, ou no banheiro - para que meu pai me prensasse atrás da porta e me alisasse inteira. fui ficando com medo cada vez maior desse 'amor'.

mais tarde ele foi transferido para outra base militar. minha mãe não podia ir junto por causa do emprego dela. e disse que tinha se esgotado criando a mim e a meu irmão e que queria que meu pai cumprisse suas responsabilidades por um tempo. assim, levou-nos para morar com ele. eu tinha caído na toca do lobo.

a partir do dia em que minha mãe foi embora, toda tarde meu pai se enfiava na minha cama enquanto eu descansava. ocupávamos um aposento num dormitório coletivo e ele usava a desculpa de que meu irmãozinho não gostava de cochilar à tarde para trancar a porta e deixá-lo do lado de fora. nos primeiros dias, só passava a mão pelo meu corpo. depois começou a forçar a língua na minha boca. aí começou a me cutucar com a coisa dura na parte inferior do seu corpo. vinha para a minha cama, já sem ligar se era dia ou se era noite. usava as mãos para me abrir as pernas e me molestar. até enfiava os dedos dentro de mim.

naquela altura tinha parado de fingir que era 'amor paterno': ameaçava-me, dizendo que, se eu contasse para alguém, seria criticada em público e teria que desfilar pelas ruas com palha na cabeça, porque já era o que chamavam de 'sapato usado': meu corpo, que ganhava formas rapidamente, o deixava cada vez mais excitado, enquanto eu me sentia mais e mais aterrorizada. pus um cadeado na porta do quarto, mas ele não se importava em acordar os vizinhos e batia até que eu abrisse. às vezes enganava outras pessoas no dormitório e elas ajudavam a forçar a minha porta, ou então dizia que precisava entrar pela janela para pegar alguma coisa porque eu tinha o sono muito pesado. outras vezes era o meu irmão quem o ajudava, sem saber o que fazia. assim, trancasse eu a porta ou não, ele entrava no meu quarto, em plena vista de todos.

quando ouvia as batidas eu com frequência ficava paralisada de medo e me enrascava tremendo embaixo do acolchoado. os vizinhos me diziam: 'você estava dormindo como uma morta. o coitado do seu pai teve que entrar pela janela para pegar as coisas dele!': eu não ousava dormir no meu quarto, não ousava ficar sozinha de maneira alguma. meu pai percebeu que eu estava sempre encontrando pretextos para sair e criou a regra de que eu tinha que estar de volta na hora do almoço, todo dia. mas era comum eu adormecer antes mesmo de terminar de comer: ele estava pondo remédio para dormir na minha comida.

eu não tinha como me proteger.

muitas vezes pensei em me matar, mas não tive coragem de abandonar o meu irmãozinho, que não teria ninguém a quem se voltar. comecei a ficar cada vez mais magra, até que adoeci gravemente. na primeira vez em que fui internada no hospital militar, a enfermeira de plantão disse ao médico, dr. zhong, que eu tinha o sono muito perturbado. acordada assustada ao mais leve ruído. o dr. zhong, que nao conhecia os fatos, disse que era por causa da minha febre alta.

mas, mesmo enquanto eu estava assim doente, meu pai vinha ao hospital e se aproveitava de mim, que estava com o tubo na veia e sem poder me mexer. uma vez, quando ouvi entrando no meu quarto, comecei a gritar descontroladamente, mas meu pai simplesmente disse à enfermeira - que viera correndo - que eu tinha muito mau gênio. naquela primeira vez só passei duas semanas no hospital. quando voltei para a casa, encontrei meu irmão com um machucado na cabeça e manchas de sangue no casaco.

contou que papai estivera de péssimo humor enquanto estive no hospital e o surrava ao menor pretexto. naquele dia o animal doentio que era o meu pai apertou-se enlouquecido contra o meu corpo, ainda desesperadamente frágil e fraco, sussurando que tinha morrido de saudade de mim! não pude conter o choro. aquele era o meu pai? tinha tido filhos só para satisfazer seus desejos animalescos? dera-me a vida pra quê?

minha experiência no hospital tinha me mostrado um jeito de continuar vivendo. injeções, comprimidos e exames de sangue eram preferíveis a viver com meu pai. assim, comecei a me ferir repetidamente. no inverno, encharcava-me de água fria e saía para o gelo e a neve. no outono, comia comida estragada. uma vez, em desespero, prendi o braço embaixo de um pedaço de ferro que estava caindo, para cortar a mão esquerda na altura do pulso. (não fosse por um pedaço de madeira macia embaixo, eu certamente teria perdido a mão). nessa ocasião, ganhei sessenta noites inteiras de segurança. entre ferimentos que eu mesma me causava e os remédios, fui ficando aflitivamente magra.

mais de dois anos mais tarde, minha mãe conseguiu uma transferência no emprego e veio morar conosco. a sua chegada não afetou o desejo obsceno que meu pai sentia por mim. disse que o corpo dela estava velho e murcho e que eu era a concubina dele. minha mãe não parecia notar a situação, até que um dia, no final de fevereiro, quando meu pai estava me batendo porque eu não tinha lhe levado alguma coisa que ele queria, gritei com ele pela primeira vez na vida, dividida entre a mágoa e a raiva: 'o que você é? bate em qualquer um quando tem vontade, molesta qualquer um quando quer!':

minha mãe, que assistia à cena, perguntou o que eu queria dizer com aquilo. assim que eu abri a boca, meu pai, encarando-me furioso, 'não diga absurdos!': eu não aguentava mais e contei a verdade a minha mãe. vi que ela ficou tremendamente perturbada. mas, poucas horas depois, a minha 'sensata' mãe me disse: 'pela segurança da família toda, você vai ter que suportar isso. caso contrário, o que é que nós todos vamos fazer?'

minhas esperanças foram completamente destruídas. minha própria mãe me dizia que tolerasse os abusos do meu pai, marido dela. onde estava a justiça disso? naquela noite minha temperatura chegou a quarenta graus. fui novamente trazida para o hospital, onde continuo até agora. simplesmente desmaiei, porque tinha tido um colapso cardíaco. não tenho intenção nenhuma de voltar para aquele suposto lar.

querida yulong, é por isso que não quero ver meu pai. que espécie de pai é ele? não digo nada por causa do meu irmãozinho e de minha mãe (ainda que ela não goste de mim). sem mim, eles ainda são uma família como antes. por que foi que desenhei uma mosca e por que a fiz tão bonita?

porque anseio por uma mãe e um pai de verdade, uma família de verdade, onde eu possa ser uma criança e chorar nos braços dos meus pais; onde eu possa dormir em segurança na minha cama, em casa; onde mãos carinhosas me afaguem a cabeça para me consolar depois de um pesadelo. desde a infância mais tenra nunca tive esse amor. esperei e ansiei por ele, mas nunca o tive, e agora jamais o terei, pois só se tem uma mãe e um pai.

uma mosquinha me mostrou um dia o toque de mãos carinhosas. querida yulong, não sei o que vou fazer depois disso. talvez eu a procure para ajudá-la de alguma forma. posso fazer muitas coisas e não tenho medo de dificuldades, desde que possa dormir em paz. você se importa se eu for? escreva e diga, por favor! eu gostaria mesmo de saber como você vai. continua praticando seu russo? você tem remédios? o inverno está chegando de novo, você precisa se cuidar bem.

espero que me dê oportunidade de remediar o mal que causei e fazer alguma coisa por você. não tenho família, mas espero poder ser uma irmã mais nova para você.

desejo-lhe felicidade e boa saúde!
sinto saudade de você.
hongxue, 23 de agosto de 1975.

esta carta me abalou profundamente, e encontrei dificuldade em me controlar durante a transmissão daquela noite. muitos ouvintes escreveram depois, perguntando se eu estava doente. terminado o programa, telefonei para a uma amiga pedindo para que fosse à minha casa para ver se estava tudo em ordem com o meu filho e a babá. depois, sentei no meu escritório vazio e pus em ordem os pedaços de papel. foi assim que li o diário de hongxue.

(...)


21 de abril - chuva leve
resolvi que vou ter um filhote de mosca como animal de estimação.

(...)


11 de junho - ?
só agora parei de chorar. ninguém sabia por que eu estava chorando. os médicos, os enfermeiros e outros pacientes pensaram que eu estivesse com medo de morrer. a velha mãe wang diz que 'a vida e a morte estão separadas por um fio'. acho que ela deve ter razão. a morte deve ser como o sono; gosto de dormir e de estar longe deste mundo. além disso, se eu morresse, não teria que temer que me mandem para a casa. tenho só dezessete anos, mas acho que é uma boa idade para morrer. serei jovem para sempre e jamais ficarei velha como a velha mãe wang, que tem o rosto todo marcado de rugas.

eu estava chorando porque o meu filhote de mosca morreu. anteontem à noite, só escrevi algumas linhas em meu diário e tive que parar porque me senti muito tonta. levantei para ir ao banheiro e, na volta, bem quando estava prestes a me deitar de novo, vi um par de olhos demoníacos na cabeceira da cama, cravados em mim. fiquei com tanto medo que gritei e desmaiei.

o dr. liu disse que delirei pela metade de um dia, gritando o tempo todo sobre moscas, demônios e olhos. a velha mãe wang disse aos outros pacientes que eu estava possuída por um mau espírito mas a enfermeira-chefe mandou-a parar de dizer bobagem.

(...)

27 de agosto - chuviscando
(...) acho que o ferimento do meu braço está levemente infeccionado. virou um grande caroço vermelhoe e está muito desconfortável escrever. mas eu disse à enfermeira que trocou o curativo que estava tudo bem e que não precisava mais passar pomada. para minha surpresa, ela acreditou! as mangas compridas do pijama do hospital cobrem os meus braços completamente. espero que dê certo.

'moscas são grandes portadoras de doenças'. as palavras da dra. yu me deram uma idéia, que decidi experimentar. não me importo com as consequências. até a morte é melhor do que voltar para a casa. vou esmagar a mosca grande em cima do corte no meu braço.

(...)
hongxue morreu de septicemia. na caixa de papéis havia um certificado de óbito, datado de 11 de setembro de 1975. (...) ao ser informado do suicídio da filha, o pai de hongxue sentira remorso? será que a mãe, que tratou a filha como um objeto a ser sacrificado, algum dia descobriu em si mesma um pouco de natureza materna? eu não sabia das respostas a estas perguntas. não sabia quantas meninas molestadas sexualmente estavam chorando entre os milhares de almas que dormiam na cidade naquela manhã."


"A MENINA QUE TINHA UMA MOSCA COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO - Xinran - AS BOAS MULHERES DA CHINA"

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cinderela, fique mais um pouco


Cinderella Stay Awhile
Michael Jackson
[VERSE 1]
Cinderella, stay awhile
You're the one
That I've been lookin' for
Cinderella, when you smile
All around me sunbeams
Start to fall

Midnight is so near
Please don't disappear
Now that you are here
Stay awhile

[VERSE 2]
Cinderella, I just know
That the magic slipper's
Gonna to fit
Cinderella, do not go
You're my princess
I am sure of it

This is love for sure
Love that's sweet and pure
Love that will endure
Stay awhile

[BRIDGE]
When you speak the angels all sing
This is the kind of magic you bring, oh

[VERSE 3]
Cinderella, stay awhile
This is like a fairytale with you
Cinderella, when you smile
All my fairytales are coming true

Well my only fear
Is midnight is so near
Please don't disappear
Stay awhile, oh

(Fairytales, make-believe and you)
(Fairytales, make-believe and you)

Cinderella, stay awhile
Don't you go
Oh
Tradução

Cinderela, fique mais um pouco
Você é a que eu estava procurando
Cinderela, quando você sorri
A minha volta, raios de sol começam a cair


Meia noite está chegando
Por favor, não desapareça
Agora que você está aqui
Fique mais um pouco

Cinderela, eu só sei
Que o sapato mágico vai servir
Cinderela, não se vá
Você é minha princesa, estou certo disso


Isso é amor sem dúvida
Amor que é doce e puro
Amor que vai durar
Fique mais um pouco


Quando você fala, os anjos cantam
É esse tipo de magia que você traz


Cinderela, fique mais um pouco
Isso é igual um conto de fadas em você
Cinderela, quando você sorri
Todos meus contos de fadas tornam-se realidade


Meu único medo
É que meia noite está tão perto
Por favor, não desapareça
Fique mais um pouco



(Conto de fadas, faz de conta e você)
(Conto de fadas, faz de conta e você)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A fotógrafa canadense Dina Goldstein resolveu mostrar ao mundo como estariam as princesas de contos de fadas nos dias de hoje. Bem diferente do que costumamos escutar no final das histórias, elas não tiveram um final tão “feliz para sempre”.

A Pequena Sereia
Rapunzel

Jade

Cinderella

Chapeuzinho Vermelho

Branca de Neve

Bela

Bela Adormecida


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Rammstein - Sonne


No clipe da música Sonne, da banda alemã Rammstein, temos uma releitura audaciosa da Branca de Neve. É como se a menina tivesse se tornado a epítome da Madrasta, em todos os sentidos: mais manipuladora, mais egoísta, mais perversa, mais egocêntrica, mais sexy… mais bela(?)!
Numa entrevista dada a uma revista alemã, os integrantes do Rammstein explicaram a origem do clipe. Segundo eles, a idéia para o clipe surgiu quando eles estavam discutindo sobre o que deveriam filmar. Um dos guitarristas da banda estava com um livro de contos de fada no qual havia o conto da Branca de Neve. Segundo ele, no livro a princesa era descrita como o “sol” da vida dos anões. Daí veio a idéia para o clipe, já que Sonne é sol em alemão.
Mas, é claro que a versão da Branca de Neve do Rammstein não poderia ser tão “pura” quanto a versão de Walt Disney, por exemplo. Afinal, o Rammstein é reconhecido por seus clipes “pertubadores”! Em seus clipes, a banda tem uma predileção por temas associados ao sexo, à violência e à crueza da vida, tudo isso sem qualquer glamour. Portanto, é bem aceitável que a Branca de Neve num clipe do Rammstein seja uma dominatrix viciada, e que os anões sejam trabalhadores rústicos e sujos.
Os integrantes do Rammstein também falaram na entrevista que a inspiração para as imagens do clipe veio de uma antiga série da TV alemã. Essa série, que passava quando eles eram crianças, apresentava versões dos contos de fada utilizando recursos teatrais como a iluminação típica dos palcos teatrais e o uso de bonecos e objetos em escala para dar a sensação de gigantismo e/ou nanismo. A cena dos integrantes da banda (caracterizados como anões) em volta da Branca de Neve sentada, utiliza o recurso do boneco articulado. Nessa cena, a Branca de Neve é uma boneca com mãos mecânicas. O recurso do cenário em escala também é usado na ambientação da casa dos anões e nas cenas em que aparece o caixão da Branca de Neve. Nessas situações, os móveis e objetos foram construídos em tamanho muito maior do que o normal para que os integrantes da banda parecessem anões.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Especial Charles Perrault

Para comemorar os mais de "300 anos da morte” do escritor francês Charles Perroult, que tanto contribuiu enriquecendo a literatura infantil mundial, ousadas releituras de alguns de seus mais famosos contos, e também peças inspiradas em outros autores que escreveram para crianças, encontram-se expostas no site do fotógrafo francês Gerard Rancinan.São composições mórbidas e impactantes que mostram figuras queridas como “Cinderela”,A Bela Adormecida”, “O Gato de Botas”, “Chapeuzinho Vermelho” e até mesmo o temível “Barba Azul”, observados por uma ótica distante da suavidade eternizada pelos estúdios Disney.


Esta é uma vingativa versão da história da menina dos sapatinhos de cristal, que é constantemente maltratada pelas irmãs postiças. O corvo desta vez, não está do lado da artista Arielle Dombasle, aqui como Cinderela também de Charles Perrault, mas sim, de uma caveira que remete a inveja e apresenta-se travestida com restos de trapos velhos. Os pássaros elevam o lado negro da história, deixando apenas uma abóbora caída ao lado do “calçado da discórdia” e da doce donzela seminua que se apresenta recoberta sob plásticos funerários.

Nesta cena, Cissé Djibril, jogador de futebol e um dos maiores goleadores da Liga francesa desse esporte, foi clicado pelas lentes de Gerard Rancinan representando “O Gato de Botas”, de Perrault. As pernas, já sem vida que evidenciavam os acessórios de maior visibilidade do personagem felino, agora se limita a ornamentar uma indesejável cadeira de rodas. Caveiras e ratos completam o clima de extinção que pune mais essa cria do lendário escritor francês.
Em seu distante sono mortal, a “Bela Adormecida”, dos irmãos Grimm, simulada aqui pela modelo francesa Estelle Lefébure é contemplada pela caveira de seu eterno Príncipe amado. Que apesar do dolorido passar dos tempos, lhe mantém fidelidade e continua a observá-la por toda a eternidade.

O bailarino, tambérm francês, Emmanuel Tibault dá adeus à inocência e também a vida de Chapeuzinho Vermelho, dos irmãos Grimm. A boneca caída próxima à grade e ao lençol ensangüentado remete a pureza da jovem, e mostra também o tardio rito de passagem, o balé de uma pré-adolescente que fora covardemente ludibriada pelo lendário lobo mau.

O perverso Barba Azul, de Charles Perrault que tinha como passatempo decaptar suas inúmeras esposas, aparece nesta cena na pele de Joey Stars que dispõem sua própria cabeça sobre uma futura fogueira de ossos. Um terrível castigo por suas insanas ações percebidas nos Contos infantis.

Botões