sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fairy Tale de Miwa Yanagi trás imagens perturbadoras.

Na série Fairy Tale, Miwa Yanagi trás sua opinião sobre contos de fadas clássicos. As fotos são muito inquietante e intrigante exibindo imagens perturbadoras. Essas histórias não são definitivamente para os mais pequenos, eu duvido que a maioria de nós que cresceu pode ir para a cama depois de ver este conjunto de fotos macabras.





quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fase final do texto

Vamos abrir o espumante e brindar: acabamos de escrever o texto de É Uma Vez e Para Sempre.
Foi muito mais rápido do que imaginávamos, mas sabemos o por quê: por estarmos com este projeto desde o ano passado, as idéias foram amadurecendo. Quando chegou a hora de escrever, já sabíamos o que queríamos.
Mas este acabar ainda não é um ponto final. Queremos ainda uma orientação do Márcio Mattana, o diretor do espetáculo, queremos este olhar de quem estava de fora até agora. Talvez ainda hajam modificações.
Agora é torcer para passarmos em algum edital, porque trata-se de um projeto que exige muito dinheiro para ser executado, já que pretendemos criar grandes cenários em uma casa.
Torçam pela gente!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Barba Azul de Pina Bausch

Aqui vai um trecho da montagem do Barba Azul da grande coreógrafa Pina Bausch:



Tem a peça toda no youtube. É lindíssima! Confiram!

domingo, 25 de julho de 2010

No país de Eugenio Recuenco

    Um simples passeio pelos trabalhos do fotografo espanhol Eugenio Recuenco é capaz de te surpreender, tanto pela ousadia quanto pela inovação de suas peças conceituais. Obras direcionadas para filmes publicitários, exposições e editoriais de moda que atribui ao autor status de referência quando o assunto é surpreender. Em seu admirável portifólio transgressor é possível encontrar sensualidade, terror, melancolia e prazer. 
    Nessa interessante releitura de personagens de fábulas infantis elaborada para a revista Vogue Noivas, representa apenas uma amostra desse excelente fotógrafo (uma de nossas referências mais forte).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O novo projeto

Para quem ainda não estava acompanhando, o que é o novo projeto da ACRUEL:

“É uma vez e para sempre” gira em torno das versões originais dos contos de fadas, que nasceram voltados aos adultos, com temas que focam exacerbadamente o desejo e a crueldade humana e que apresentam o prazer em suas diversas faces.

A ACRUEL pretende montar esta peça em uma casa, onde o público vivenciaria a atmosfera fantástica e agressiva das versões antigas dos contos de fadas. A cada novo cômodo no qual o espectador é convidado a entrar, acontece uma imersão em um outro mundo, dado pela ambientação cenográfica e pela composição de luz.

Estamos em fase da criação do texto. Hoje, mais especificamente, estamos escrevendo a quinta cena da peça.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mutilação e suicídio

Criada pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, em 1837, A Pequena Sereia é um relato pra lá de brutal.
1. NAVALHA NA CARNE
No original, a Bruxa do Mar corta a língua de Ariel, que perde a voz. Além disso, a sereia tem a cauda rasgada em duas para virar mulher e conquistar o coração do príncipe. Mas, a cada passo, as pernas sangram e doem.
2. CABEÇA FEITA
Na insistência para que Ariel voltasse a ser sereia, suas irmãs chegam a arrancar os cabelos - literalmente! O objetivo era oferecer as madeixas para que a bruxa do mar rompesse o encanto.
3. FIM DA LINHA
Em troca dos cabelos, a bruxa dá uma faca para Ariel matar o príncipe - que a trocara por outra - e voltar a ser sereia. Traída e desenganada, Ariel se mata pulando de um abismo no mar gelado.

Mãe má!

Inveja, tortura e sugestão de canibalismo roubam a cena dos anões nas versões mais hardcore de Branca de Neve.
1. ESPELHO MAU
Na primeira versão dos Grimm, de 1810, é a mãe, e não a madrasta, que pira no espelho como sendo a mais bela do reino. Invejosa por perder o posto, planeja dar um sumiço na filhinha de apenas 7 anos.
2. DANÇANDO EM BRASAS
Após ter o plano frustrado, a rainha é condenada, no meio da festa de casamento de Branca com o príncipe. Como pena, a ex-poderosa tem que dançar até a morte calçando sapatos de ferro em brasa!
MUNDO CANIBAL
A rainha manda um caçador matar Branca de Neve na floresta, trazendo o fígado e um pulmão como prova do serviço. Ele engana a rainha com carne de javali, que a mãe come achando ser da filha.

Gata Barraqueira

Ao contrário da donzela boazinha que conhecemos, nas versões mais antigas, a Cinderela é quem começa a pancadaria!
1. GOLPE DO BAÚ
Na versão de Giambattista Basile, chamada A Gata Borralheira, a heroína une forças com a governanta para matar a madrasta. Um dia, quando a megera pega roupas num baú, a moça lhe fecha a tampa na cabeça.
2. NA PONTA DOS PÉS
Os irmãos Grimm botam mais sangue no miolo da história. Quando o príncipe visita as casas para identificar o pé de sua amada, as irmãs malvadas de Cinderela se mutilam para tentar calçar o sapatinho, cortando dedos e calcanhares.
3. ORA, POMBOS
Na versão dos Grimm, a madrasta também não é morta por Cinderela. A malvada bate as botas com pombos comendo seus olhos e os das filhas.

Estupro e adultério

Sexo com pessoa em coma e feitiçaria são o tempero de Bela Adormecida, história que tem até uma versão feita no Brasil.
À moda italiana
Giambattista Basile apimentou a história no século 17.
1. FARPA MALDITA
Ao mexer num tear, uma farpa entra sob a unha de Tália, provocando sono imediato - maldição prevista desde sua infância. Desconsolado, o pai abandona a casa, largando a filha adormecida sozinha.
2. NOIVA CADÁVER
Numa caçada, o rei, que já era casado, se encanta por Tália e, antes de partir, transa com a moça apagada! Ela ainda engravida de gêmeos. Um dia, ao tentar mamar, um deles chupa o dedo da mãe e retira a farpa, despertando-a.
3. AMADA AMANTE
Um ano após o encontro, o rei volta à floresta, encontra Tália acordada e passa a esticar as caçadas para manter a vida dupla. A esposa desconfia e põe um espião na cola do rei.
Bela do Brasil
A versão brasuca também sangra. O escritor brasileiro Sílvio Romero publicou, em 1885, em Contos Populares do Brasil, a história de um rei que, numa caçada pela floresta, se apaixona pela camponesa Madalena Sinhá. Em seguida, o rei constitui uma segunda família no campo, mas é delatado por um servo da rainha. No final, a amante e a rainha saem na mão até que Madalena mata a rival, com ajuda do rei. E o servo dedo-duro acaba degolado.
À moda francesa
Nas mãos de Charles Perrault, o final é violento.
1. GUARDA NA DESPENSA
O cozinheiro esconde as crianças e abre o jogo com Bela - que a rainha também estava a fim de jantar. Ao ouvir o choro das crianças, a rainha descobre o engodo e resolve cozinhar todo mundo.
2. BANQUETE DE GENTE
Furiosa com o filho por assumir Bela como rainha, a ogra ordena ao cozinheiro que faça para ela um rango com a carne do neto e da neta. O criado, porém, serve carne de carneiro e de cabrito para enganá-la.
3. CALDEIRÃO ANIMAL
O caldeirão que vai ferver geral é recheado com sapos, víboras, enguias e cobras. No último instante, porém, o rei aparece e a ogra, amedrontada, se joga de cabeça, sendo devorada pelas feras.
4. QUE OGRA DE SOGRA
Agora a vilã é a mãe do rei. A sogra de Bela - que não tem nome nesta versão - é uma ogra, faminta por crianças! Não à toa, o rei não conta nada à megera sobre seus netinhos.

Vermelho cor de sangue

A tonalidade mais chamativa na roupa da doce Chapeuzinho combina com uma história cheia de violência, canibalismo e insinuações sensuais.
ERA UMA VEZ...
A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. "A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração", diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra.
FINAL FELIZ
Ao fim da versão francesa, Chapeuzinho, sentindo-se ameaçada, pede para sair e fazer suas necessidades fora da casa. O lobo, nojentão, insiste para que ela faça xixi na cama mesmo - urg! -, mas acaba deixando a menina sair. Esperta, Chapeuzinho aproveita o vacilo do vilão e escapa.
FINAL SANGRENTO
O francês Charles Perrault foi o primeiro a pôr muitos contos de fadas no papel, no século 17. Ele tornou o final da história mais sangrento - com o lobo jantando a mocinha - e introduziu a famosa moral da história, dizendo que "crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo".
FINAL AMENIZADO
No século 19, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm - famosos compiladores de contos que até então só eram transmitidos oralmente -, inventaram a figura do caçador. No fim da história, ele aparece e salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, abrindo a barriga do lobo com um tesourão.
1. COMIDA DE VÓ
Numa versão francesa da história, após interrogar Chapeuzinho na floresta e pegar um atalho para a casa da vovó, o lobo mata e esquarteja a velhinha sem dó. A coisa piora quando o vilão, já fingindo ser a vovó, oferece a carne e o sangue da vítima, como se fosse vinho, para matar a fome da netinha - que come e bebe com gosto!
2. TIRA, TIRA...
Após encher o bucho e praticar canibalismo sem saber, Chapeuzinho ainda tira a roupa e joga no fogo, a pedido do lobão! O clima, porém, não é nada infantil, com a garota perguntando o que fazer com a roupa a cada peça tirada. O lobo só tinha uma resposta: "Jogue no fogo, minha criança. Você não vai mais precisar disso...".
3. SEDUÇÃO INFANTIL
Ao se deitar ao lado do lobo, já totalmente nua, Chapeuzinho começa a reparar no físico do vilão, como se desconfiasse de algo. Admirada, a menina começa a exclamar: "como você é peluda, vovó", "que ombros largos você tem" e "que bocão você tem", entre outros elogios à anatomia do bichão...
*Fontes: Conte de la mère-grand (coletado pelo folclorista Achille Millien por volta de 1870); Pentameron, de Giambattista Basile; Tales of Mother Goose, de Charles Perrault; Childrens and Household Tales, dos irmãos Grimm; Da Fera à Loira, de Marina Warner; A Princesa que Dormia (coletânea publicada pela editora Paraula) .

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bela adormecida, que na versão original é estuprada e engravida enquanto está em coma, por diferentes artistas.


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os desafios do texto

Finalizamos a segunda cena de É uma vez e para sempre, projeto baseado nas versões originais dos contos de fadas. Ela apresenta elementos de contos um pouco menos conhecidos no Brasil (pelo menos em suas versões originais) e que talvez não gerem uma identificação. Mesmo tendo um pouco menos de choque com os valores ocidentais do que a primeira cena, ainda possui imagens fortes.
Estamos começando as discussões para a terceira. Esta nos dará mais trabalho, pois nos colocamos um desafio muito grande nela: apresentar uma das consideradas maiores violências pelos nossos valores ocidentais como algo que faz parte do ser humano. Não que aprovemos o ato, mas o objetivo desta peça é mostrar os humanos quando agem apenas pelos seus desejos, ignorando valores ou consequências para os outros. Ou seja, o que o ser humano gostaria de fazer, mas se reprime e reprime os muitos que fazem por ter elaborado uma consciência.

domingo, 4 de julho de 2010

Início de criação de texto

Depois de jogar muito material fora, temos a primeira cena de É Uma Vez e Para Sempre finalizada. Ficou exatamente do jeito que queríamos.
Já temos o roteiro de toda a peça e vamos escrevendo aos poucos o texto de cada cena. Para a próxima, nos reuniremos só na quarta-feira. Até lá, vamos produzindo individualmente.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Exercício de escrita

Trecho inicial de exercício de escrita, parte do processo criativo de É Uma Vez e Para Sempre, novo projeto da ACRUEL.

LOBO: Nós começamos pela presença nula da avó. Permissiva ou fraca, é insignificante.Sua falta de energia é pressuposto desta cena. É importante que reservemos à avó os direitos autorais da corrupção familiar, herança de séculos de tradição. Registremos, portanto, sua presença vaporosa. Eu me apresento, o pólo positivo. O macho não contido pela convenção social do respeito, da atenção ao outro. O Lobo sem matilha.
Somos dois em cena, mas não há ação dramática. Há, sim, uma ambientação. Sentado à mesa de jantar na qual a avó está servida aos pedaços, aguardo a caça que feita vítima de sua baixa maturidade adquiriu desejável impressão de força negativa. Neste cenário, inicia um encontro de resultado certo. Desenvolvo-o aqui apenas pelo movimento, prazer que divido com vocês e com a criança.
LOBO: Neta, chegou bem na hora em que eu assumo o papel de avó. Vou tratar de você. Senta e nutra-se. (Ela senta e começa a comer a carne satisfatoriamente).(...)

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