sábado, 27 de setembro de 2008

não, não são as mesmas...

As ruas de Bagdá não são as mesmas, hoje enquanto dormia coloquei aquele velho tênis azul de corrida e corri muito por todas as ruas próximas, corri por outras distantes também. E volto a falar, a ruas de Bagdá não são as mesmas, hoje enquanto dormia corri na padaria para te trazer pão quente, corri porque o pão não podia chegar frio em casa, senão melhor não trazê-lo.
Corri enquanto dormia porque pensei em tudo o que deveria dizer, mas tudo passava tão rápido por mim que cheguei em casa e não lembrava de uma palavra sequer.
Dormia enquanto corri sem rumo. As ruas de Bagdá não são as mesmas, tudo parece que está prestes a explodir, e não se preocupe, saio correndo antes para ver se há perigo. Do meu lado explodiu uma criança hoje, podia ter sido você, mas você ainda esta em casa esperando que eu chegue com a vela, já disse que o pavio queimou, essa brasa não será o suficiente pra enxergar tudo o que eu quero ver.
Hoje explodiu o portão da nossa casa, ainda quer ficar, ainda vai fingir que nada acontece?
Você diz que olha por onde anda... mas já viu o portão da nossa casa? Não me venha com a desculpa da luz novamente, eu consigo ver.. você vai querer olhar?
Você já sabe o que fazer, passou todas as minhas roupas enquanto eu dormia.

Um comentário:

  1. Não, eu não sei o que fazer.
    Passo suas roupas pois elas estão sempre sujas e amassadas de tanto que você corre. Por que corre tanto? Por que corre até quando dorme? Não sabe pra onde ir?
    Pois é, nem eu.
    Por isso não sei o que fazer, mas enquanto eu lhe destraio com a luz, mantenho a sua crença na minha sabedoria.

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