sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Eu queria ser cega!
Eu queria ser cega dos olhos!
Eu queria ser cega dos olhos e da memória!
Eu queria ser cega do coração!
Porque não? (eco)
Porque não? (eco)
Voz: Porque não, oras!
Eu só queria ter um amor, amorzinho... Pra poder dormir de conchinha no inverno!
Voz: O inverno já passou!
Só se for pra você... É tudo tão difícil... Eu nunca, nunca consigo amar alguém, eu sempre tento, tento e tento mas é aquele detalhezinho que sempre me incomoda... Que finjo não ver... Mas vejo!
Voz: O problema é que você vê no escuro!
Cala a boca... Me deixa em paz
(Silêncio)
Porque não? (eco)
Porque não? (eco)
(ela chora dias e dias a fio, passa a chuva, passa o sol e passa a vontade de fiar)
Voz: O problema é que você vê no escuro!
Mas eu tento, eu juro que tento. Eu fecho todos os meus olhinhos e abro só um ou dois pra transmitir sinceridade... Mas... Mas... Mas é justo esse olhinho aberto que vê o defeito!!! A barba mal feita, o cabelo despenteado... Humpf!!! Eu queria ser cega, sabia?
Voz: O problema é que você enxerga no escuro!
Ah! Você não sabe de nada!!!
Voz: O problema é que você vê no escuro, você enxerga com o coração!
Como assim? Meu coração tem olhos????
Voz: seu coração enxerga no escuro, no claro, no obscuro e no iluminado...
Mas eu não quero que ele enxergue
(continuação: ela se apaixona pela voz, pois não consegue vê-la)

Ligia 

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